ÑANDUTI CINE
A produtora Ñanduti Cine, fundada por mulheres cineastas, nasce em um contexto de fronteira territorial e é movida pelo ensejo de romper as demarcações ou delimitações destes territórios considerados à margem com intuito de promover encontros, trocas e a construção de imagens e imaginários mobilizados pela solidariedade internacionalista, por histórias que possam refletir questões de gênero, dos diferentes territórios e suas paisagens, trazendo esses temas, questões e anseios ao centro da imagem.
Nañduti significa teia de aranha em guarani. Conta uma lenda indígena do Paraguai que uma anciã indígena trançou seus cabelos grisalhos para reconstituir a beleza de uma teia de aranha para o filho presentear sua amada. Afinal, ele tinha se encantado pelas cores da teia de aranha em contato com o sol, no entanto, ao tocar na teia para presentear a amada, a teia se desmanchou no ar. Hoje, o nañduti é um artesanato paraguaio tecido pelas mãos de mulheres que une inúmeros fios e cores em formas de círculos que se encontram e estão presentes em roupas, nas mesas e paredes daquele país e da fronteira.
Pretendemos ser um espaço de criação de novas histórias. Um espaço para tecer essas histórias pautadas pelas nossas motivações políticas, sociais e artísticas que permitam vivermos em um constante laboratório que abrace novos projetos, novas parcerias, novas miradas e costuras. Ñanduti Cine, com isso, é um espaço para desenvolvimento de roteiros, de produção e realização cinematográfica e audiovisual na região da fronteira e para além dela. Por fim, nos interessa ser um espaço para acolher, receber e promover mostras de filmes das mais diversas abordagens e territorialidades a fim de contribuir com democratização do acesso à produção audiovisual, bem como, a formação de público, em Foz do Iguaçu e na região.
Quem somos
Fran Rebelatto
Diretora, roteirista e produtora. Atua no cinema e audiovisual há mais de duas décadas tendo dirigido e roteirizado vários projetos, entre eles: o longa-metragem Pasajeras (Brasil, 2021), os curtas-metragens Fronteira-Mulher: um ensaio (Brasil, 2018), 3 retratos (Cuba, 2016), Do amor: pequenas coisas (Brasil/Argentina, 2014), Torres García: Nuestro Norte sigue siendo el Sur (Brasil, 2010). É professora de Cinema e Audiovisual na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). É doutora em Cinema e Audiovisual pela UFF, tendo se dedicado a pesquisar e analisar as filmografias que tratam de questões de gênero, territórios de fronteira em contexto latino-americano. Dentre outras experiências importantes de formação e desenvolvimento de projeto, destaca-se, a participação na Maestría en Cine-Ensayo da EICTV e Filmando em Cuba com Abbas Kiarostami; no Taller El Viaje del Héroe Andino, pelo Ibermedia, no Peru. Atualmente, está trabalhando no desenvolvimento dos roteiros dos filmes ‘Volverse Palestina’, ‘Travessias’ e ‘Naipi retorna às Cataratas’.
Fran Farias
Produtora. Formada em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), em sua trajetória já contribuiu em diversos filmes, dentre eles nos longas-metragens: Las Preñadas (Brasil/Argentina, 2023) como Primeira assistente de Arte, no Pasajeras (Brasil, 2021) produção de Arte; Nos curtas-metragens Frontreira-Mulher: um ensaio (2018) realizou a produção, Pé de Moleque (2016) foi assistente de Arte, ainda, no Figuras Noturnas (2018) assistente de Arte, Queda (2018) foi assistente de produção e Cicatriz (2016) foi assistente de Arte.
Produtora no XXVI ENCONTRO SOCINE (2023) e no VI ELAC (2024).